A Papisa, ou Sacerdotisa, arcano número II, é a energia oposta e complementar ao Mago. Enquanto no I nos deparamos com a atitude criativa e a primeira manifestação concreta dos ideais, no II o que se procura já existe pronto - não há nada a fazer. A chave encontra-se escondida, embora acessível a quem se dispuser a decifrar enigmas. O Mago deseja fazer acontecer diante de todos os olhares a sua magia. A Papisa não precisa sair de casa. Está sempre absorta em seu mundo: sua concentração é plena, porém voltada para dentro. Ela guarda o livro onde já estão escritos todos os mistérios. Tudo que sente é intenso, mas permanece oculto aos olhares superficiais dos curiosos. Ela sabe melhor do que ninguém a necessidade de guardar um segredo. Pouca gente sabe disso hoje, com tanto estímulo para compartilhar tudo com todos a qualquer momento. A Papisa não está nas mídias sociais. Ela valoriza o sigilo da sua privacidade (mas provavelmente ela participa de alguns fóruns de discussão. Com outro nome - mais seguro, preservando a sua verdadeira identidade -, é bem provável... Aliás, convido vocês a conhecerem o nosso "esconderijo": http://cafecomsaturno.weebly.com/foacuterum.html). No reino do arcano II, percebemos que nem tudo pode ser dito: As palavras são poderosas e muito podem, mas não tudo. Existem coisas que não podem ser expressas nem por palavras, nem por imagens, nem pelos nossos sentidos... Ela sabe muito bem disso; sua força reside na noite escura. Jung nos fala sobre a importância de mantermos nossos segredos em Sonhos, memórias e reflexões. Ele também nos conta como sempre soube, desde menino, da existência de duas personalidades distintas nele operantes, apelidadas de "número 1" e número "2". A personalidade número 1 era sua parte que vivia todas as situações do mundo exterior, inserida no social, assim como acontece com o Mago. A número 2 era uma parte sua muito mais introvertida, mais ligada ao seu mundo interno - o mundo da Papisa. Todos as noites, enquanto dormimos e sonhamos, travamos contato com esse mundo também - são as mensagens oníricas, com seus símbolos enigmáticos que falam menos à mente que a algum outro lugar dentro de nós. Para experimentar uma dose da Sacerdotisa, sugerimos tentar a abertura inspirada na "Janela de Johari", ferramenta humanista criada por Joseph Luft e Harrington Ingham. As posições indicam diferentes partes da nossa personalidade, sendo que 2, 3 e 4 nos podem levar para mais perto do reino do arcano II: Eu vejo Eu não vejo o outro vê 1 2 o outro não vê 3 4 1. Eu aberto: você vê e os outros também 2. Eu secreto: você vê, mas os outros não 3. Eu cego: você não vê, mas os outros veem 4. Eu desconhecido: você nem os outros percebem Não é necessário usar as cartas para chegar às respostas das posições 1, 2 e 3, mas esse é um bom exercício para confirmar o que já sabemos ou ao menos desconfiamos... Já a quarta posição é a que, de fato, nos ajuda a desvendar um mistério. Essa abertura também é útil quando estamos avaliando a nós mesmos num dado período de tempo, ou diante de uma situação específica. Fecho nosso pequeno texto com uma canção de Loreena Mckennitt. Suas músicas, sua voz sempre exalam uma atmosfera de introspecção e mistério...
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